domingo, julho 29, 2012

Na Minha Estante: Cerberus


Título Original: Cerberus: Entre Cobras e Ursos
Autor: Leonardo Monte
Editora: Novo Século
Páginas: 461
Origem: Parceria com o autor

Sinopse: O terror está instituído pela fome, pela doença e pela miséria humana… A esperança como uma vela de pavio curto… morrendo… aos poucos. Canibais, Calabans, Mordecais, Pashits, Ankh-o-rus, Beliahs, Banshees, licantropos e toda sorte de criaturas que antes só existiam em nossos mais terríveis pesadelos vagam pela Terra indiscriminadamente… destruindo, aterrorizando… e, às vezes, até convivendo conosco em uma relação de total dominância… Cidades viraram ruínas… As pessoas voltaram a viver em vilarejos e feudos, sem um poder central, servindo a governantes tiranos e sanguinários que as exploram cada vez mais e mais… O medievo voltou… A era das trevas flagela novamente a Terra… A humanidade está a ponto da extinção… Em um ato de desespero, o Vaticano decidiu criar em diversos lugares do mundo as Academias de Caçadores… No Brasil criou-se a Cerberus… Nesse sombrio lugar, dominado pela fé cega e padres ortodoxos, corredores escuros e úmidos, luz de velas e treinos sangrentos, calabouços e forcas, encontraremos alguns de nossos personagens: crianças doadas em suas primeiras semanas de vida para transformarem-se em caçadores de extraplanares… Passarão oito anos de duras provações até sagrarem-se dignos… ou perecerão no caminho? Os fracos não servem a Cerberus… Você está preparado?


Classificação: 







Ok, vocês sabem da minha dificuldade em começar uma resenha de algo que gosto de mais, e esse é mais um incrível caso de bloqueio amoroso.

“Sempre gostei de ver o destino como um deus... Pense bem: todos o tememos, ignoramos sua natureza, não sabemos o que esperar dele, muitas vezes é injusto e é impossível fugir dele.”

“Cerberus” conta a história de um mundo pós-apocalíptico, onde a tecnologia não existe mais e onde todos os seres mais temíveis de nossa imaginação passaram a dividir o espaço conosco. As cidades apodreceram e tornaram-se vilas, onde há um sério controle de natalidade e em algumas delas o canibalismo é permitido por falta de alimentos suficiente para todos.

É nesse mundo confuso, assustador, mas ainda assim incrível que vive nosso personagem principal. Renan tem entre 12 e 13 anos e foi deixado pela sua mãe nas mãos do diretor da Cerberus, onde ele é treinado para enfrentar os extraplanares, que são variados seres das trevas: vampiros, demônios, fantasmas, entre outros. E acredite, nessa história, nenhum deles é bonzinho.
                              
“Sebastian podia sentir o mal presente naquele local, um mal que ele conhecia e sabia exatamente de onde vinha. Podia senti-lo, tão facilmente como um cão fareja um depósito de carnes.”

Renan é um garoto corajoso, de pouca fé, mas que se esforça muito para tudo que realmente quer e um desses desejos é se tornar corso, e líder do seu bando, que é constituído por Mônica, Sebastian, João Pequeno, Caio e Ilian.

Grupo esse que se envolve em um grande problema quando um deles encontra um pergaminho proibido na biblioteca da escola e acaba libertando um ankh-o-ru, espécie de demônio mais poderoso que existe.

E é nessa situação que eles conhecem os “Ursos Vermelhos”, um grupo de amigos , como eles, mas que estão  7º ano. Agora os dois grupos estão juntos para tentar concertar um erro que pode ser mortal e extremamente perigoso é ai que vemos que a verdadeira amizade surge quando menos se espera.

“Naqueles dias aprendi o valor da amizade. Aprendi como se portam os verdadeiros heróis diante das dificuldades quando nossa integridade é colocada à prova.”

O livro, em sua maior parte é narrado em terceira pessoa, mas existem partes narradas por nosso herói, Renan, o que achei extremamente importante, pois um livro narrado totalmente em primeira pessoa não nos permite uma visão muito abrangente sobre as outras coisas e personagens.

Algo que realmente amei no livro é que apesar de Renan ser o principal, a trama não se volta completamente para ele nem para tudo que ele faz. Leonardo nos mostra um pouco da visão de cada um, o que nos permite conhecer e se apegar a todos eles.

O livro é cheio de emoção. E para a alegria de todos a ação vem logo nas primeiras páginas e não termina até a última, o que nos deixa completamente presos a história e sempre com gostinho de quero mais.  O que também me surpreendeu muito na obra, é que mesmo nas partes mais tensas, Leonardo encaixa um bom-humor sublime, nos fazendo rir em horas que parece ser impossível.

“-Mulheres. Vai entender.
-É verdade, será que existe um manual?”

(P.S. Sinto muito caros personagens e Leo, mas para entender uma mulher você precisa ser uma, e as vezes nem isso basta asuhasuash)

Entre os muros da Cerberus, temos ação, romance, aventura, suspense, terror, morte e comédia, tudo dosado perfeitamente. A trama também me lembra um pouco da nossa amada série “Harry Potter” , mas prestem atenção, eu disse que lembra e não que é uma cópia, muito pelo contrário, tenho certeza de que todos os Potternianos como eu, vão amar.

O final é surpreendente e nos deixa com uma incrível vontade de agarrar o segundo livro na mesma hora e olha que ele ainda está em processo de criação.

“Sua noite fora recheada de pesadelos, mas pouco importava... em breve, ele seria um pesadelo.”

Me surpreendi ao encontrar coisas mínimas para criticar no livro. O autor cria seus personagens com extrema perfeição, o que de fato, é ótimo, mas os personagens são muitos e confunde o leitor no começo da trama, mas com o passar das páginas nos acostumamos com os nomes e detalhes sobre cada um.

Também senti falta de mais explicações sobre um personagem que viajou logo na primeira parte do livro, e diversas vezes me peguei imaginando o que estaria acontecendo com ele, senti falta pois gostei muito do personagem. Fora essas pequenas observações eu só tenho elogios ao livro.

“Ah, o amor (...) Esse sentimento não pede licença para entrar em seu coração e como um cunhado folgado toma posse de tudo que mais lhe é sagrado: sua vontade, seu pensamento, seu espírito.”

A capa é incrível e a arte é perfeita. Não encontrei nenhum erro de pontuação, digitação ou qualquer outro que seja e dessa vez nem mesmo as folhas brancas me incomodaram. Bom, com todas as opiniões escritas, posso afirmar que “Cerberus” é o melhor livro de fantasia nacional que li até hoje.

Gostaria de poder escrever mais sobre o que achei de cada personagem, cenário, cena e todo o resto, mas se fizer isso vou acabar escrevendo um livro sobre o livro Cerberus ashasuh. Espero que tenham gostado da resenha, pois amei o livro. Recomendo para todas as idades e tenho certeza de que vão gostar.

 “E o mundo foi em frente...”


1 comentários:

Oi, Beccs!
Eu gostei do que você falou na resenha... pelo que parece o livro é tipo uma distopia "medieval" (futuro e passado), então?? hm, interessante...
Estou com esse livro em casa há alguns meses, mas ainda não consegui ler... Está nas minhas próximas leituras :)
Beijos.

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