sexta-feira, junho 29, 2012

Na Minha Estante: Sangue Quente.

Título Original:  Warm Bodies
Autor: Isaac Marion
Editora: LeYa
Páginas: 252
Origem: Compra



Sinopse: Em algum momento da história os zumbis apareceram e agora o mundo está destruído. Os humanos normais fugiram pra dentro dos enormes estádios de futebol e lá criaram suas pequenas comunidades. Mas nossa história é contada do ponto de vista de R, um zumbi que se arrasta como os outros, caça como os outros, come carne e cérebros (a mais fina iguaria) como os outros, mas que, às vezes tem sonhos de como era ser humano, tenta se lembrar de sua vida anterior e filosofa sobre isso.
Um dia, em uma caçada, R encontra Julie e, no meio da carnificina que seu grupo impõe ao dela, algo o impede de matá-la. Mas o que aconteceu? Será que ela é diferente? É possível haver atração entre humanos e zumbis? Serão eles Romeu e Julieta de um mundo pós-apocalíptico?
Isaac Marion mergulha fundo ao mundo dos zumbis e os leva a um novo patamar, respondendo a essa e outras perguntas que assolam os fãs, como, por exemplo, por que os zumbis comem o cérebro das pessoas, será que eles pensam ou só se arrastam e babam e o que acontece com seu corpo depois de anos de degeneração.

Classificação:


“Era uma vez um conto de fadas embolorado”... Não achei forma melhor de começar a resenha a não ser pelas apresentações.

“Oi, eu sou um zumbi e isso não é tão ruim assim. Me desculpe por não poder me apresentar direito, mas não me lembro do meu nome, nenhum de nós se lembra. Também nos esquecemos de nossos aniversários, e das senhas do banco. Acho que meu nome começava com R. É engraçado, porque, quando era vivo, vivia me esquecendo do nome dos outros. Estou descobrindo que esse tipo de ironia está muito presente na vida dos zumbis, mas é difícil rir quando mal consigo falar.”

Sangue Quente conta a história de R, um zumbi que mora no aeroporto abandonado da cidade com milhares, talvez milhões, de outros zumbis como ele e não tem a menor ideia de qual é a sua idade. R não é diferente dos outros. Ele come pessoas, cérebros, grunhe e não dorme, mas ao contrário do que todos acham, ele pensa, e não gosta muito do que faz, mas sabe que não tem escolha, é assim que as coisas são é assim que continuarão.

E R realmente acredita nisso, até encontrar um grupo de adolescentes em uma caçada e comer o cérebro de Perry Kelvin,  absorvendo suas memórias, logo após R encontra Julie e contrariando a todos os seus instintos ele a salva, não somente de si mesmo, mas também dos outros e a leva para o aeroporto com ele.

“(...) Quando você chega no fim do mundo, não interessa muito que caminho pegou para chegar lá.”

Após alguns dias Julie decide que é hora de ir pra casa, apesar de gostar de R ela sabe que seu pai o coronel Grigio irá atrás dela, pois Nora sua amiga que se salvou da carnificina a viu sendo levada por R e começar uma guerra agora pode ser a pior opção, mas sua fuga planejada não sai muito bem e alguns zumbis descobrem que ela é uma garota viva não uma recém convertida e a confusão está armada.

Por causa de Julie, R, está mudando, não sente mais a necessidade de se alimentar, e não gosta de ver outros zumbis caçando, ele começa a sentir as coisas de novo, e agora consegue se expressar melhor com palavras. A mudança é iminente, mas acontece que nem todos gostam de mudar as coisas como estão acostumados...






“(...) Consigo traçar uma linha sólida entre o dia em que encontrei Julie e aquele momento, ali deitado ao lado dela numa cama sepulcral. E mesmo tendo perdido ou descartado como lixo milhões de momentos da minha vida, tenho certeza absoluta de que vou me lembrar desse pelo resto da minha vida.”

Os Ossudos (os zumbis mais antigos e líderes do grupo) decidem julgar a situação, já que nada assim foi visto antes, mas o veredito não foi bom e R decide fugir para levar Julie em segurança pra casa.

Temendo pela vida do novo e diferente amigo, Julie foge sozinha durante uma pequena pausa em seu caminho e deixa R para trás. Não conformado com isso R decide ir atrás dela e com a ajuda de M, seu melhor amigo, consegue se passar por um vivo e entrar no Estádio.

“-Ei, R, se eu beijasse você, será que seria... tipo... convertida?”

Após alguns acontecimentos que não estavam nos planos R e Julie precisam partir novamente para ajudar alguns outros zumbis que como R estão mudando, mas com isso Julie declara guerra ao seu próprio povo. As coisas definitivamente estão mudando, só resta saber se a mudança trará a cura ou a guerra.

“E precisam fazer isso mesmo, pois basta olhar para nós para perceber isso. Somos várias centenas de monstros e uma garota de quarenta e cinco quilos parados nos limites da cidade deles e com fogo nos olhos (...)”.

O livro, em sua maior parte é narrado em primeira pessoa do ponto de vista de R, mas no final temos alguns trechos narrados em terceira pessoa, a leitura é envolvente e bem rápida. A arte do livro é linda e os detalhes em cada começo de capítulo nos deixam encantados.
Existem alguns erros de concordância e digitação, nada que atrapalhe muito, mas que acabam irritando, outra coisa que irrita é a personagem principal usar um palavrão específico quase todas as vezes que fala alguma coisa.

“(...) Quando o mundo inteiro é construído com horror e morte, quando a existência é um estado constante de pânico, é difícil ficar preocupado com uma coisa só. Os medos específicos se tornam irrelevantes. Nós os substituímos por um cobertor sufocante muito pior.”

Apesar dessas pequenas considerações “Sangue Quente” merece as 5 estrelas e se tornou um dos meus livros favoritos, poucos livros fizeram com que eu me envolvesse tanto com uma história e menos livros ainda conseguiram com que a primeira coisa que eu fizesse ao acordar, fosse continuar a ler e muito menos não conseguir dormir, por não conseguir parar a leitura.

Para finalizar um último comentário: Nicolas Hoult definitivamente não é o meu R.






4 comentários:

Eu gosto do Nicholas como R , só não gosto daquela songamonga( esqueci o nome da atriz) como Julie......

Eu gostei muito do livro, com algumas resalvas,mas no contexto ele é interessante...

Eu já li este livro, realmente ela é bom. Apesar de muitas pessoas acharem que zumbis sorvem somente para comer cérebros, achei a ideia do livro genial, inovadora.
O único ponto que não achei legal, não entendi direito ou é porque realmente é sem noção foi o final (que não vou dizer, quem ler saberá).
Fora o fim, gostei do livro. Ótima resenha!

As Crônicas de Zazuleigo
http://www.ascronicasdezazuleigo.com

Eu preciso dizer que odeio zumbis, com todas as minhas forças!! rs... Tenho pânico daquelas criaturas horrorosas!!!!

Eu realmente não teria estômago pra ler esse livro, esse negócio dos zumbis comerem cérebros me faz enjoar só de pensar! Mas gostei do jeito que o autor conduziu a história, parece que fez a gente olhar os zumbis de uma forma mais humana, como seres pensantes.

Eu sempre pensei em zumbis como um monte de carne podre que só sabiam andar com os braços pra frente e matar as pessoas que encontrassem pela frente! rs... Se um dia me obrigassem a ler um livro sobre zumbis, com certeza escolheria esse! hehe...

Beijo!

Ju
Entre Palcos e Livros

Não sou muito fã de zumbis, acho meio idiota, mas tem muitos fã, o que eu não entendo.
Parece que esse livro virou filme, primeiro gostaria de ver, aí se eu gostar, gostaria de comprar esse livro

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