O Fim de Harry Potter.

E tudo começou há dez anos... Com um pequeno pedaço de papel, ou no caso, alguns pedaços de papel. Cartas, com seladas com um grande “H” vermelho e entregues, não pelo correio, mas sim por corujas.

O começo de Harry Potter foi assim, uma simples carta que mudou a vida de milhares de pessoas pelo mundo inteiro. Todas as crianças, ao completarem onze anos tinham algo em comum. Todas elas esperavam por esse pequeno pedaço de papel, onde seria anunciado que você foi aceito para a maior escola de magia de bruxaria do mundo. Hogwarts.

Até onde sabemos isso nunca aconteceu realmente, mas nunca perdemos a esperança, as crianças de 11 anos cresceram, e muitas delas continuam esperando, quem sabe a coruja não extraviou com nossas cartas? Ou então o mais temido dos vilões, aquele que não deve ser nomeado, não usou uma das três magias proibidas em nossas corujas para que nossa carta não chegasse ao destino?

A verdade é que sempre iremos esperar pela nossa carta, não importa se levará a vida toda, a criança que acreditava ser um pequeno bruxo ainda existe dentro de cada um, afinal, foram muitos anos acompanhando nosso corajoso Harry em suas batalhas contra o mal.

Podemos não ter lutado com vilões poderosos, não termos feitos objetos voarem, ou animais virarem taças de bebida, podemos não ter voado no carro do Sr. Weasley, ou enfrentado o salgueiro lutador ao chegar em nossa segunda casa, podemos não ter salvo a pedra filosofal, ou matado um Basilisco na câmara secreta, podemos não termos liberto nosso padrinho das garras dos dementadores, podemos não ter enfrentado provas mortais em um campeonato, onde só há um vencedor, podemos não ter assinado a papel da Armada de Dumbledore, mas de certa forma estávamos lá, observando tudo de perto, torcendo, sofrendo, chorando e rindo junto com nosso trio de ouro.

Afinal, se não fossemos nós, fanáticos malucos e obsessivos nosso querido Harry não teria passado de um único livro que logo seria esquecido nas prateleiras das livrarias, já imaginaram isso?

Claro que dar adeus a algo não é fácil, não importa se continuamos com nossas lendas e ditados: “A magia de verdade vive em cada um de nós”, “Harry nunca vai morrer enquanto acreditarmos nele”, sim, de certa forma eles estão certos, basta acreditar, mas algo morreu sim. O que morreu? Nossa espera.

Já pensou que não haverá outro livro, ou outro filme? Que não haverá a ansiedade e a euforia da espera? As grandes filas, ou a decoração dos shoppings? É difícil não é? Só quem é fã de verdade poderá entender.

Eu cresci com Harry Potter, e dar adeus a algo que sempre fez parte da minha vida é muito difícil e claro, muito triste. Eu aprendi muita coisa com essa série, uma das mais importantes, foi que ele me cedeu o amor pela leitura, mas fora esse maravilhoso presente, eu aprendi coisas com cada um deles.

Com o Fred, aprendi a ser original e criativo, com o Jorge, aprendi a ser feliz, mesmo nas horas mais difíceis. Aprendi a lutar por um amor com a Gina e aprendi a enfrentar meus medos com o Ron. Com Hermione aprendi que a inteligência é tão importante quando a força. Luna me ensinou a ser eu mesma, e a não me importar com o que as pessoas dizem. Cho me ensinou a enfrentar situações difíceis. Cedrico me ensinou a lutar. Sr. Weasley me ensinou a amar o diferente e Sra. Weasley me ensinou que a família é a base de tudo. Aprendi a não julgar pela aparência com a Fleur. Neville me ensinou a enfrentar meus amigos quando necessário, Snape me ensinou que vale tudo por um amor. Dumbledore me ensinou a respeitar os mais velhos. Sirius me ensinou que a vingança não é a melhor opção. Lupin me ensinou que ser diferente não quer dizer ser monstruoso. Tonks me ensinou a ter personalidade. Aprendi com Lilian e Thiago Potter o quão poderoso é o amor de nossos pais, e finalmente, Harry me ensinou a não desistir de meus sonhos.

Então não venha me falar que isso não passa de uma história boba sobre magia. Eu aprendi com Harry Potter, e isso me tornou quem eu sou hoje.  E o fim de tudo é uma ferida que somente lágrimas de uma fênix poderia curar.

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