sábado, julho 13, 2013

Na Minha Estante: O Livro do Amanhã.


Título Original: The Book Of Tomorrow.
Autora: Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
Páginas: 367
Origem: Cortesia da Editora.

Sinopse: Nascida no luxo, Tamara Goodwin, de 16 anos, nunca precisou olhar para o amanhã, até que a morte abrupta de seu pai deixa a ela e a sua mãe uma montanha de dívidas e as obriga a se mudarem para a casa dos tios de Tamara, em um vilarejo no interior. Solitária e entediada, a única diversão de Tamara é uma biblioteca itinerante. E ali ela encontra um livro muito misterioso.
Tamara vê inscrições com a sua própria letra e datadas para o dia seguinte. Quando tudo acontece exatamente como o livro previa, ela percebe que pode ter encontrado a solução para seus problemas. No entanto, Tamara descobre que é melhor não virar algumas páginas e que, apesar de muito tentar não pode mudar o destino.

Classificação:





“Dizem que uma história perde algo assim que é contada. Se assim for, esta nada perdeu, pois a contarei pela primeira vez.”

Bom, confesso que tinha meu começo para a resenha pronta em minha mente. “Esperava muito recebi pouco”, de certo modo isso ainda é verdade, mas vendo as partes que marquei no livro notei que o “pouco” pode não ser tão “pouco” assim.

O Livro do Amanhã, conta a história de Tamara, adolescente mimada e podre de rica, mas ao contrário das nossas heroínas de livros com esses mesmos estereótipos, como em Gossip Girl, por exemplo, Tamara é insuportável. Total e completamente insuportável.

“Você devia apenas aceitar o que é e devolver o resto.”

Acostumada a ter tudo na vida, na hora em que lhe vinha à mente, Tamara vê sua vida perfeita de princesa virar um pesadelo quando seu pai morre e logo depois descobre que estão falidos e que não só terão de deixar a casa luxuosa à beira da praia, mas também terão de vender absolutamente tudo o que tem para quitar as dívidas.

Sem ter onde morar ela e sua mãe que entrou em profundo estado catatônico de luto precisam ir morar com seu tio Arthur e sua esposa Rosaleen em um pequeno chalé apelidado de guarita, no interior do interior da cidade.

“...Ou talvez significasse que, quando solitárias, as pessoas se agarram a qualquer coisa para deixarem de se sentir assim. Para mim, essa qualquer coisa foi o castelo.”

Sem saída ela se vê encurralada em um mundo de tédio e sem a mãe que virou um zumbi ambulante que não fala mais coisa com coisa ela só tem um jeito de lidar com tudo aquilo: sendo o mais insuportável possível.

Mas o que parecia ser um pesadelo de temporada de verão acaba sendo um poço de mistérios e segredos à dezessete anos enterrados, onde mesmo sem nem desconfiar, Tamara está enfiada até o pescoço. Rosaleen não pode não ser uma mulher tão calma e simples quanto parece. Arthur pode ser um pouco mais surpreendente do que pacato e o castelo em ruínas nos fundos da guarita escondem mais segredos do que suas pedras danificadas conseguem esconder.

“Parecia que muitas pessoas precisavam de Rosaleen. Mas me ocorreu que, com tanta gente precisando de uma única pessoa, talvez o caso tivesse mais a ver cm Rosaleen precisar que as pessoas precisassem dela.”

Com a ajuda de um livro misterioso que achou em uma biblioteca ambulante, Tamara recebe a chance de mudar seus amanhãs com uma pequena ajuda do único que acredita nela; Weseley, seu novo e único amigo. 

A personagem principal desse livro é realmente insuportável, mimada, metida, faz de tudo para que as pessoas se sintam mal, cospe palavras que sabem que vão machucar. Com o rei na barriga Tamara espera que o mundo se curve aos seus pés, até que com os problemas relacionadas com a mãe ela começa a acordar e notar que a vida naquele lugar é diferente, que ela também precisa ser. Aí as coisas começam a caminhar, devagar, mas caminham.

“Compreendi que, quando as coisas fracassam, as pessoas não ficam apenas dilaceradas, se tornam sobreviventes.”

O que é um ponto negativo também é um ponto positivo no livro. As chatices, perturbações e mudanças da personagem principal podem causar desconforto, mas a transforma na personagem mais real que já vi, pois todos temos um lado bom e um ruim que é claro nunca é mostrado nos estereótipos de mocinhas.

Até a metade do livro, a história é monótona, difícil e pesada de se ler, a leitura precisa de várias pausas pela saturação de informações e narrações infinitas. São capítulos e mais capítulos de narração sem um único diálogo decente que possa distrair o leitor e não apenas cansá-lo e bombardeá-lo de coisas a serem lidas, o que com certeza pode fazer muitos desistirem antes do fim, eu mesma quase desisti.

“Mas, desta vez, não me decepcionei.
Preferia setenta tapetes velhos e móveis de madeira escura e mais o cheiro de naftalina, ou um quarto com péssima decoração, pois o que vi desta vez me chocou até o mais íntimo, mas me chocou tanto que apenas fiquei ali paralisada, boquiaberta, sem conseguir respirar direito.”

Além disso tem muita história até chegarmos ao ponto principal que só aparece praticamente na metade do livro e então somos bombardeados por acontecimentos, mistérios e segredos, todos de uma vez.  Esse livro tem um ritmo de leitura complicado e único, começa lento quase parando e termina explodindo, mas quando nos acostumamos com a virada trágica o livro passa a ser interessante e até mesmo surpreendente.

Ainda gostando do livro eu esperava muito mais da história, da construção e dos mistérios criados por Cecelia, porque apesar de tudo os mistérios são previsíveis e quando as pistas foram aparecendo eu já tinha descoberto metade do que viria a seguir.

“Considero sua lealdade inconcebível; por outro lado, nunca me apaixonei. Parece que isso faz as pessoas agirem de modo estranho.”

A diagramação é simples, capa que mostra bem a essência do livro e que é bem bonita também, páginas amarelas ajudam no desenvolvimento da leitura. Não foram notados erros gramaticais.

Apesar das minhas infinitas críticas eu gostei muito do livro, valeu a pena persistir para chegar ao final da trama, recomendo à todos que desejam uma leitura descontraída, com litros de mistério e pitadas de humor.

“Acho que a maioria das pessoas entram nas livrarias sem a menor ideia do que querem comprar. De algum modo, os livros ficam ali, quase que por magia, desejosos que as pessoas os escolham. A pessoa certa, para o livro certo. Parece que já sabem de qual vida precisam fazer parte, em qual delas podem fazer diferença ou podem ensinar uma lição, pôr um sorriso no rosto no momento preciso. Penso em livros de forma muito diferente agora.”


Na minha humilde opinião esse último trecho e a primeira frase são as melhores do livro *-*




2 comentários:

Oie :)

Nossa eu tenho muita vontade de ler esse livro tanta que estou pensando em comprá-lo amanha quando eu for na fnac rs. Adorei a resenha !!

http://euvivolendo.blogspot.com.br/ ( comenta lá :D )

Eu comprei o livro na promoção da Livraria Cultura por R$15,95, arrependi-me um pouco, pois no dia seguinte estava R$10 no Submarino. =/
Mas não me arrependo da compra, eu gosto de ter livros que tenham a palavra "Livro" no nome, lógico que eu mantenho minhas compras dentro do meu gosto literário.
Gostei bastante da resenha, pois já sei que não devo esperar tanto, agora diminui minhas expectativas e posso ser surpreendida!
Beijos!

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