segunda-feira, novembro 28, 2011

Na Minha Estante: Ler, Viver e Amar.




Título Original: Literacy and Longing in L.A
Autoras: Jennifer Kaufman e Karen Mack
Páginas: 317
Editora: Casa da Palavra.

Sinopse: A maioria das mulheres faz compras. Algumas comem. Há aquelas que fumam ou bebem. Outras ligam para o terapeuta. Dora cura sua tristeza lendo – às vezes, por vários dias consecutivos.

Após a descoberta da doença do pai, o mundo dela desmorona: perde o emprego, depois o marido e, enfim, a autoestima. Com trinta e poucos anos, Dora mergulha no mundo da ficção para fugir do caos da realidade.


Divorciada pela segunda vez, sua vida se resume a ficar na banheira acompanhada de uma garrafa de vinho e muitos livros – de Tolstoi a Mark Twain, de Flaubert a Jane Austen. Numa das idas à livraria para se reabastecer para o próximo “porre literário” ela conhece Fred, seu príncipe encantado: formado em Literatura, oferece a ela ideias inteligentes, romantismo e uma válvula de escape. Mas a convivência com a família do namorado traz à tona sentimentos novos e a desperta para importantes decisões.

Dividida entre Fred e o arrependido ex-marido, bem como entre o ócio e a retomada da vida profissinal, a personagem nos proporciona uma história divertida, sexy e inteligente. A heroína imperfeita Dira reflete a angústia da busca por realização e felicidade com que toda mulher irá se identificar.


Classificação:






“Eu coleciono livro da mesma forma que minhas amigas compram bolsas de grife”

Ler, Viver e Amar, conta a história de Dora, uma mulher de trinta e poucos anos que não tem mais objetivos, anseios nem força de vontade para mudar sua vida (ou o que sobrou dela), depois de dois divórcios desgastantes, a morte do pai, e a perca do emprego dos sonhos ela simplesmente decidiu que ler era melhor do que viver ou mesmo amar.

Dora vê as coisas exatamente dessa forma e coloca as coisas exatamente nessa ordem, primeiro ela lê, o resto vem depois com o tempo que lhe sobrar. Ela está vivendo por cinco anos da herança que seu pai lhe deixou, o que claro não foi pouca coisa, mas o dinheiro não vai durar para sempre e ela precisa voltar a tomar as rédeas de sua vida, começando claro por um emprego, o que não é tarefa fácil pois ela já tem trinta e poucos anos e é considerada velha de mais para certos empregos.


“Eu queria que as pessoas parassem de tentar consertar a minha vida. Nunca dá certo, e o clima sempre acaba ficando tenso.”

Eis que sua vida muda quando conhece Fred, o vendedor atraente da livraria que ela sempre freqüenta, e da amizade surge o namoro. No começo tudo é sempre muito lindo, ele parece ser seu par ideal, sexy, envolvente, e acima de tudo amante da literatura. Dora não precisa de mais nada em um cara, até que... Os defeitos aparecem, afinal, ninguém é perfeito. E para completar de repente Palmer, seu ex-marido (lindo, simpático, carinhoso...*-*) se reaproxima dela, causando um grande nó em sua cabeça, afinal ela realmente não o ama mais?

Além de tudo isso, Dora apega-se rapidamente a mãe e a sobrinha de Fred, das quais ele mal lembra que existe, o que de fato muda os conceitos de nossa personagem e mostra a ela um lado diferente da vida, o lado da vida que a gente não lê nos livros.


“-(...) Fico feliz em ficar sozinha no meu quarto lendo.
- Não, não fica. De qualquer maneira, os livros não podem consertar sua vida. Você já deveria ter aprendido isso.”


 O livro acima de qualquer coisa é real. Sem clichês, mostra a vida como ela é. Altos e baixos, momentos em que estamos bem e outros que não, depressão, a busca incansável pela tal da felicidade, sentimentos confusos que uma hora ou outra assolam os pensamentos de todos e também nos mostra a importância da família e da comunicação entre todas as pessoas que amamos... Dora é uma mulher comum, como você, como eu, como sua mãe, ou sua vizinha e tem problemas comuns, como qualquer pessoa do mundo.



“Se os problemas de todos fossem pendurados em um fio, você apanharia seus próprios problemas.”


Os outros personagens também são bem interessantes e realmente mechem com o leitor, mesmo aqueles nem aparecem tanto quanto gostaríamos nos cativa de forma fácil (aiai, oi Palmer).


É o aspecto nu e cru que nos surpreende e nos envolve de uma maneira diferente, mostra-nos outro lado da vida, o lado em que nem tudo é flores e ainda assim as autoras têm o poder de manter uma narrativa leve e apaixonante, mesmo nas horas mais monótonas a leitura não se torna cansativa.


“Os livros ensinam a você como outras pessoas pensam, o que estão sentindo e como se transformam de seres comuns em seres extraordinários.”

Ok. Só falei dos pontos sérios do livro, mas nem tudo também é só problemas, ou o livro seria cansativo e irritante, afinal a vida é feita de momentos e vamos considerar que um livro sobre livros não é algo que vemos todos os dias, por esse motivo o livro é engraçado, com cenas realmente cômicas que nos faz rir sozinhos das encrencas em que Dora está envolvida. O livro também é inteligente e nos oferece uma grande e prazerosa aula de Literatura estrangeira.

Claro há uma coisinha aqui e outra ali, alguns errinhos básicos que jamais vão atrapalhar o andamento da história e por esse motivo nem vale a pena cita-los. Eu realmente gostei da arte do livro, confesso que fiquei em dúvida entre as capas, pois a primeira edição mostra mais a alma do livro a segunda é mais viva, e chama a atenção nas prateleiras.

A diagramação é média, mas não torna a leitura tão cansativa, talvez o que deva atrapalhar os leitores são as páginas brancas, apesar de eu não me importar com isso, o contraste entre as letras escuras as páginas muito claras podem irritar as vistas mais sensíveis.

(P.S. Diferentemente do que você possa pensar , esse livro não tem absolutamente nada a ver com o livro “Comer, Rezar e Amar” e nem mesmo é dividido em partes como pensei que poderia ser, a semelhança fica nos títulos dos livros e nada mais.)

A editora realmente tem um ótimo livro em mãos, e você também deveria tê-lo, principalmente se for viciado em livros (como eu e nossa personagem Dora), para nós os fanáticos o livro fará uma grande diferença, para nós, viciados, é leitura obrigatória, e para os outros claro é uma leitura muito bem recomendada.


Os livros são muito bons do jeito deles, mas são um poderoso substituto inanimado para a vida”
– Robert Louis Stevenson.



1 comentários:

Interessante, inspirado em Comer, Rezar e Amar. Eu talvez um dia escreva um Amar, Amar e Amar. Sempre outra vez...

Tô seguindo! Amei aqui!

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Tô lançando um romance, "Reencontro", pela Editora Novo Século, caso tenhas interesse, hot site com sinopse, primeiro capítulo, autora e como comprar:
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Beijos!

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