Na minha estante: A Rainha do Castelo de Ar.

Título original: Luftslottett som sprängdes
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia Das Letras
Páginas: 685
Origem: Compra

Sinopse: Mikael Blonkvist está furioso. Furioso com o serviço secreto sueco, que para proteger um assassino, internou Lisbeth Salander – Na época com apenas doze anos - num hospital psiquiátrico e depois deu um jeito de declará-la incapaz. Furioso com a polícia que agora quer indiciar Lisbeth por uma série de crimes que ela não cometeu. Furioso com a imprensa que se compraz em pintar a moça como psicopata e lésbica satânica. Furioso com a promotoria publica, que pretende pedir que ela seja internada de novo, desta vez – ao que parece – para sempre.

Enquanto Lisbeth recupera-se em um hospital, de ferimentos que quase lhe tiraram a vida. Mikael procura conduzir uma investigação paralela que prove a inocência de sua amiga. Mas a jovem não fica parada e muito mais do que uma chance para defender-se, ela quer uma oportunidade para dar o troco. Com a ajuda de Mikael, Lisbeth está muito perto de desmantelar um plano sórdido que durante anos se articulou nos subterrâneos do Estado sueco, um complô em cujo centro está o pai dela, um perigoso espião russo que ela já tentou matar. Duas vezes.

Classificação:

A Rainha do Castelo de Ar é a continuação exata de A Menina que Brincava Com Fogo. Assim que peguei o terceiro e último (pelo menos por enquanto) livro da série Millennium, tive certeza de uma única coisa: Lisbeth Salander deixará saudades.

E realmente nossa heroína diferente e esquisita fará falta. Esse terceiro volume é ainda mais surpreendente e emocionante que o segundo, quando pensamos que a história esta tomando rumo a certos acontecimentos Stieg nos surpreende levando-nos a caminhos totalmente diferentes.

“Simples assim.

Alguns possuíam o dom. Outros sempre se trairiam na hora decisiva”

Personagens centrais são tirados de nós logo nas primeiras 200 páginas o que te faz pensar “E agora? Como Lisbeth vai sair de tudo isso?”. A máfia continua, as corrupções também e claro desaparecimentos de peças centrais da trama nos deixam apreensivos.

A esperteza de Lisbeth Salander nos deixa atônitos, mesmo em recuperação no hospital ela consegue estar a par de todas as coisas, graças claro a ajuda de seus amigos, porque mesmo com seu jeito fechado e esquisito ela conquista amigos que se mostram fieis e capazes de qualquer coisa para ajudá-la.

“[Esperem. Estamos diante de um ataque a um cidadão da Hacker Republic. Qual será nossa resposta?]

[Ataque nuclear sobre Estocolmo?], sugeriu SixOfOne.

[Não, seria um exagero], disse Wasp.

[Vá se catar, SixOO.]

[A gente poderia apagar Estocolmo], sugeriu Mandrake.

[Um Vírus que apaga o governo?]”

Lisbeth está (se é que é possível) ainda mais corajosa e guerreira nesse volume da série, mostra uma personalidade mais mulher, mais decidida e claro com aquele leve toque “estou nem aí”, afinal esse é o Jeito da Salander: menina e mulher.

Mas como já é característica de Larsson o livro se torna tão monótono em alguns pontos que a única vontade que temos é fechar o livro e devolvê-lo para a estante. Essas partes geralmente não envolvem a personagem principal, pois mostram tramites legais e reuniões, mas para aqueles que pensam em desistir, fica a dica: Continuem, vale a pena.

Algumas coisas nos deixam bem confusos durante o livro e que te faz pensar “e o que isso tem a ver com a história de Lisbeth?”, confesso que até agora penso assim, não vi muita ligação em certos personagens, mas pensando bem, esses nunca tiveram um real envolvimento...

E assim como no segundo livro senti falta de alguns personagens que somem durante a trama, outros que nem aparecem nesse terceiro volume, me deixaram bem curiosa para saber o destino do resto deles, afinal o que aconteceu com Hariet V.?

E claro não poderia faltar uma personagem que nem é personagem de verdade pois não aparece em nenhum dos livros, mas que ainda assim me faz falta desde que a série começou é a misteriosa Camila, quem é ela? Onde ela se enfiou? Morreu? Viveu? Se deu bem na vida? Ela sabe tudo que aconteceu com a irmã? Por que ela nunca se importou? São tantas as perguntas que acabo me sentindo boba por pensar tanto em uma personagem, por isso fiquei quase louca quando soube que a série tem um quarto livro (oi Gabriel-q) que não foi lançado porque a família e a esposa de Stieg estão brigando pelos direitos do livro... Meio irônico não acham? O quarto livro da série Millennium em um tribunal... Chega a ser cômico.

Falando sobre a capa, é a que eu mais gostei da série inteira, acho que por ter muito fogo e chamar mais atenção o dragão nela também é bem trabalhado com um sutil auto-relevo, o livro realmente me surpreendeu, não sei o que esperava do final de tudo, mas realmente esperava que Lisbeth tivesse um fim mais romântico (pois é sou romântica mesmo ashuashu)


Mas definitivamente a trilogia Millennium não é romântica e nem chega perto disso, nada de fantasia nem devaneios, nada de poderes ou seres extraordinários, assim como sua personagem principal a série Millennium é simplesmente real.

“...No Fim das contas, o tema principal desta história não são nem os espiões nem os organismos secretos dentro do Estado, e sim a violência de todos os dias cometida contra as mulheres, e os homens que tornam isso possível...”

Dica: Para aqueles que não costumam ler Epílogo... Leiam dessa vez.

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